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Romper padrões: como nossas histórias familiares influenciam nossos relacionamentos amorosos

Você já se perguntou por que, mesmo querendo algo diferente, muitas vezes repetimos os mesmos tipos de relações que nos fazem sofrer? Essa repetição não é obra do acaso. Na psicanálise freudiana, entendemos que os padrões que vivenciamos nos relacionamentos adultos têm suas raízes muito antes, na nossa constituição psíquica, dentro da família em que crescemos.

A repetição como um caminho inconsciente

Sigmund Freud já nos alertava sobre a compulsão à repetição, um mecanismo inconsciente pelo qual tendemos a reviver, em diferentes contextos, experiências emocionais do passado. Isso acontece porque, mesmo dolorosas, essas situações nos são familiares — e, de forma inconsciente, buscamos repetir para tentar encontrar um desfecho diferente.

Por exemplo: uma mulher que cresceu em um lar marcado por ausência afetiva pode, sem perceber, se envolver com parceiros distantes emocionalmente. O desejo inconsciente seria “corrigir” aquela história antiga, mas, na prática, acaba se repetindo o ciclo.

O papel das relações familiares na formação dos vínculos

Nossas primeiras experiências de amor, cuidado e reconhecimento acontecem no seio da família. É ali que aprendemos — ou não — o que significa ser amada, valorizada e respeitada. Esses primeiros vínculos deixam marcas profundas que orientam, mais tarde, as escolhas amorosas.

Quando esses padrões não são conscientes, é comum repetir dinâmicas familiares nos relacionamentos adultos:

Submissão e silenciamento, quando se cresceu em ambientes onde a voz não tinha espaço;
Busca por aprovação constante, quando o afeto foi condicionado ao desempenho;
Relacionamentos com características abusivas, quando se naturalizou a violência ou o desrespeito em casa.

O espaço da análise: tornar consciente o inconsciente

Romper padrões não é apenas uma questão de força de vontade. Como Freud dizia, “onde estava o id, deve advir o ego”. Ou seja: é preciso trazer à consciência o que está escondido no inconsciente para, assim, ter a possibilidade de escolha.

Na análise, a mulher encontra um espaço seguro para revisitar suas histórias, compreender de onde surgem suas repetições e ressignificar o que, por muito tempo, foi fonte de dor. É um processo de libertação, onde ela deixa de ser refém do passado e passa a escrever novas formas de se relacionar — consigo mesma e com o outro.

Romper padrões é possível

Reconhecer que nossas escolhas amorosas não nascem do “nada”, mas estão ligadas às primeiras experiências familiares, é um passo fundamental para transformar. Romper padrões é, acima de tudo, um ato de coragem e de amor-próprio: a coragem de olhar para dentro, e o amor de se permitir viver relações mais saudáveis e verdadeiras.

Um convite à reflexão

Se você percebe que alguns padrões têm se repetido na sua vida e sente o desejo de compreender melhor suas escolhas, saiba que esse é um movimento de cuidado consigo mesma. O processo terapêutico pode ser um espaço valioso para revisitar sua história, ressignificar experiências e abrir caminhos para novas formas de se relacionar. Afinal, transformar é possível quando nos permitimos olhar para dentro com delicadeza e coragem.

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